OS FACTOS, AS MEMÓRIAS VISUAIS, AS EMOÇÕES E OS SENTIMENTOS

«São lembranças tão distantes que chego a esforçar-me para que a sua tonalidade em preto e branco não se apague mais. Chego até a questionar-me se esses dias realmente existiram, se não faziam parte de um conto de fadas contado por outras pessoas, talvez por uma enfermeira, no período do pós-guerra, para que eu recuperasse melhor e mais rapidamente daqueles momentos sombrios.» (pp. 15-16)
Nanette Konig tenta mostrar-se como, na verdade, é bem
compreensível que seria: uma criança ingénua, querendo acreditar que as
pessoas, o ser humano, não conseguiria ser, afinal, tão mau que não fosse
sensível à bondade humana.
«Entrar no território alemão causava um enorme frio na barriga. Era ali onde tudo tinha começado. Era ali que, em 1933, os cidadãos tinham elegido democraticamente um líder que pregava que o país se devia livrar de tudo o que fosse impuro – e isso incluía os judeus. O que iriam fazer connosco? Seria possível que as pessoas com feições tão bonitas e tranquilas, com crianças aparentemente tão doces, sorrindo e brincando, poderiam fazer algum mal? (pp. 50-51)___________
(1) Este assunto será objecto de apontamento próprio.
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